segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Reflexão sobre a Juventude



          Pode-se notar que ainda é crítica a questão da participação dos jovens nos eventos da comunidade eclesial. Boa parte dos jovens, em certas comunidades, não tem interesse em fazer parte das celebrações, tampouco das pastorais. Esse mal não se restringe a nossa paróquia, mas afeta boa parte das paróquias do Brasil.
          O jovem que busca viver com mais firmeza a sua fé acaba aderindo, muitas vezes, a grupos além-comunidade eclesial, que são concorrentes dela, por não terem consciência de que ele também é responsável pela transformação do modo de celebrar e de fazer as atividades pastorais. A solução não é buscar movimentos fora de nossas comunidades, e sim incorporar novas formas de pensar e executar nossos serviços de modo que nossos amigos jovens sintam-se mais acolhidos e identificados. Isso evita que apenas alguns poucos jovens compareçam às celebrações e se engajem nas pastorais.
          Observando a juventude que está fora do convívio da comunidade eclesial, notam-se certas características que ali também figuram, mesmo que com menos intensidade: a busca pelo prazer imediato nas coisas em que participam; a falta de planejamento para a vida; ambiente familiar problemático; questões sociais adversas.
          A busca pelo prazer imediato faz com que muitos jovens acabem desacreditados na religião católica e, muitas vezes, do próprio Deus. Procuram-se meios que satisfaçam momentânea e rapidamente o anseio de felicidade. Em casos em que a orientação não chegou ou não foi bastante, entrega-se aos entorpecentes, ao sexo desregrado, às competições de mau gosto e etc. a tarefa de dar sentido à própria vida.
                        Poucos jovens conseguem estabelecer e serem fiéis a um Plano de Vida que lhes trará uma felicidade responsável e comprometida com o Reino de Deus. A sociedade consumista acaba influenciando demais o seu modo de vida e eles passam de seres sentimentais e pensantes a máquinas feitas para trabalhar, comprar, assistir anúncios, estudar. Todas essas tarefas são inerentes à nossa vida, mas não podem tomar o lugar da vocação que Deus confiou a cada um, que só se descobre a partir do momento que paramos e refletimos o que Ele está nos pedindo.
          Nesse sentido, a família deveria ter o papel de educar seus filhos para a vida, dura e complexa como ela é. A ausência de bons exemplos dos responsáveis, a falta de diálogo, os conflitos entre gerações e outros fatores faz com que o jovem cresça sem os valores fundamentais a qualquer ser humano.
Desprovida desses valores, a juventude se torna alvo fácil da violência urbana, das drogas, do vandalismo, do ócio, e passa a ser contribuinte deles.
          Para melhorar a qualidade de vida da juventude como um todo, seria necessário, primeiro, dar atenção especial às famílias. Formar continuamente os pais e devolver a eles a responsabilidade de educar basicamente seus próprios filhos, sem delegar essa tarefa à escola ou à sociedade. Por outro lado, a escola poderia contribuir para que os filhos buscassem mais o diálogo com seus responsáveis. A Igreja também tem papel importante no que diz respeito à adoção da família aos preceitos evangélicos a ser vivenciados.
          Solidificando a família em bons valores, atinge-se a sociedade. Porém, para formar e orientar posteriormente a juventude viria novamente a contribuição necessária da escola, do governo, das ONGs, da Igreja, da própria sociedade e etc.
                                                                                       
                                                                                                                  Marcos Paulo Drago Lovati

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